sábado, 30 de maio de 2009

Sagrado Coração de Jesus



Estar diante de Deus, em atitude de reparação, não significa cultivar um intimismo doentio e passivo? Ficar horas de oração, diante do Santíssimo Sacramento, fazer sacrifícios e mortificações pode ser bom, e é, se brotar da vida quotidiana e voltar para ela. A verdadeira devoção ao Coração de Jesus e a verdadeira reparação não nos afastam do mundo, antes nos levam a transformar o mundo, sobretudo, o mundo das relações.
Quando pensamos nos pecados do mundo e os procuramos reparar, pensemos, antes de mais, nos nossos pecados; quando pensamos em consolar o nosso Deus ofendido pelos pecados, pensemos, sobretudo, nos irmãos presentes no nosso quotidiano, com quem nos cruzamos todos os dias, ofendidos pelas nossas faltas de atenção, pelo nosso orgulho, pela nossa indiferença ou vitimas de maldade de outros e necessitados do nosso socorro – neles podemos e devemos “consolar” o nosso Deus ofendido por tanto pecado.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus deve ter o seu lugar, na vida pessoal e comunitária e traduzir-se em obras de misericórdia, que vão ao encontro das necessidades dos irmãos. Em tempo de crise económica e social, como aquela que vivemos, quando tantos são tentados a desesperar de si próprios, dos outros e de Deus, também a Igreja, na sua pastoral, acaba por ser chamada a dar atenção ao essencial. E o essencial é, sem dúvida, o Coração de Deus, mesmo se ignorado, no coração do mundo.

2 comentários:

António Toureiro disse...

Senhor fazei com que eu, e todos Vos aceitemos na humildade, nos irmãos com que nos encontramos.

voluntários disse...

Senhor, fazei com que eu me deixe iluminar pelo Vosso coração que me fala nos irmãos